sábado, 3 de abril de 2010

A chita




A chita


A chita é um tecido feito de algodão com desenhos de grandes flores e pétalas coloridas. O tecido surgiu em Guimarães e servia de toalha de banho em casas de pau-a-pau brasileiras. A chita veio para o Brasil com os europeus a partir de 1800. O tecido é originário da Índia e passou por várias melhorias até chegar à chita que temos hoje atualmente. Como a produção no Brasil barateou a chita tornou mais popular as peças confeccionadas com o tecido tornando-se assim um dos ícones da identidade nacional, cheia de tropicalismo nas estampas e cores vivas.




As cores vivas têm uma função: além de embelezar o tecido servem para disfarçar as irregularidades da chita, que depois de ter seu uso restrito a toalhas de mesa e almofadas, passou a ser usada na confecção de roupas. A chita bastante usada em festas populares, como a Festa Junina e folclores em geral.



Com o tropicalismo do Brasil na moda, a chita passou de papel secundário ao tecido cheio de charme e sensualidade, em vestidos, batas e até mesmo em decorações sofisticadas como cadeiras forradas do designer francês Philippe Starck.Em acessórios como colares e flores para serem usadas como broches e aplicadas na roupa, a chita empresta à moda muita particularidade. Usada também para forrar sapatos e carteiras de mão, o tecido não é restrito somente ao dia, com looks alegres e quase sempre com um toque de sensualidade, as mulheres fazem da chita uma aliada para curtir o Verão com roupas leves e atuais.


A mistura da chita com outros tecidos é um casamento interessante. Algodões com maior rigidez, como sarja e brim, ajudam na estrutura dos chapéus de abas longas. A combinação das flores coloridas com as estampas de oncinha é muito harmônica e combina com todas as cores do Verão. Além da leveza da chita, a proteção ao sol é mantida pelas tramas fortes do tricoline e sarja. Os chapéus ficam leves, fáceis de lavar e também de carregar: podem ser dobrados completamente, sem ocupar muito espaço na bolsa da praia.


Hoje a chita é dividida em três estampas: chitinha (flores miúdas), chita (estampa média) e chitão (estampa graúda). De uns anos prá cá, ela vem cada dia mais, se incorporando à vida dos brasileiros. Ela pode ser vista em diversas circunstâncias, como no folclore e em outras manifestações culturais e religiosas.



Na literatura brasileira, autores como Jorge Amado, Guimarães Rosa e Érico Veríssimo citam os vestidos de chita usados por suas personagens mais brejeiras, entre elas a sedutora Gabriela Cravo e Canela. Na moda, Zuzu Angel, nos anos 60, estilista reconhecida internacionalmente, já inventava moda com a chita.



No artesanato, a chita está revestindo quase tudo: mesa, cadeira, bandeja, porta lápis, porta cerveja, porta vela, almofada, pufe, abajur, jogo americano, bolsa, prato, enfim muita coisa. Seu radical chint significa pinta ou mancha em híndi, que é derivado do sânscrito.

Um comentário:

  1. Confesso que tenho uma quedinha pela chita.Acho um tecido vibrante com suas cores e estampas exageradas. Já fiz muita toalha de mesa com esse tecido.

    Ps: agradeço pelo comentário em em meu blog.
    abração.
    marilene.

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